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A Climeba

O Dia Internacional da Mulher nasceu de uma pauta trabalhista: em 8 de março de 1917 milhares de mulheres protestaram na Rússia por melhores condições laborais e de vida, contra a fome e a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), no que ficou conhecido como “Pão e Paz”.

Hoje, as mulheres ocupam inúmeros cargos que outrora tinham a maioria masculina, inclusive o setor de Saúde e Segurança do Trabalho (SST). “Trabalhar na área de SST é desafiador, mas nós vemos que nosso lugar está se expandindo em vista dos tempos mais conservadores que vivíamos. E com certeza a mulher vem quebrando barreiras na área de SST e em muitas outras predominantemente masculinas”, comenta Maria Helena, técnicade Segurança do Trabalho, em depoimento para o blog da Erplan, empresa desenvolvedora de soluções em tecnologia nas áreas de Segurança do Trabalho, Meio Ambiente e Qualidade.

Dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2015 mostram que quase 25 mil mulheres atuam como técnicas; e na engenharia em SST, o número fica entre 157 mil homens ante a casa de 7 mil mulheres, ou seja, apenas 4% das vagas são femininas.

 
Avanços em prol das mulheres

Outro índice que chama a atenção é o levantado pela NOZ Inteligência, em parceria com a companhia do segmento MSA Safety: dos 600 profissionais (mulheres, homens e outros) que responderam voluntariamente a um questionário online, 53% das mulheres que atuam em SST afirmaram terem sofrido anteriormente discriminação no ambiente profissional. Já 45% não receberam aumento de salário como reconhecimento de desempenho, e entre as mulheres negras, o percentual dispara em 50%.

“Frente ao resultado do estudo (publicado em 2023), percebemos a necessidade de validar a importância da igualdade e equidade entre os gêneros no mercado Ambiental, Saúde e Segurança (EHS, em inglês)”, salienta Fernanda Hyodo, gerente de Marketing de Produtos na MSA Safety.

Com o propósito em garantir mais segurança à mulher trabalhadora, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) lançou recentemente a cartilha ‘Direitos da Mulher Trabalhadora: para um mundo do trabalho com respeito e dignidade’, material desenvolvido pela Secretária de Inspeção do Trabalho, por meio da Coordenação Nacional de Combate à Discriminação e Promoção da Igualdade de Oportunidades (Conaigualdade), em parceria com a Subsecretaria de Estatísticas e Estudos do Trabalho.

Usando como instrumento a informação como forma de conscientização acerca dos direitos trabalhistas aplicáveis às mulheres trabalhadoras e os respectivos deveres dos empregadores, o documento tem, em seu conteúdo, os direitos delas no mercado de trabalho e de proteção à maternidade, trazendo a contextualização do cenário brasileiro, conceitos, dados e indicadores que permitem a identificação do assédio, discriminação e violência no ambiente laboral.

“A superação das desigualdades de gênero pressupõe a garantia de direitos sociais às mulheres, dentre eles os trabalhistas, em igualdade de oportunidades e de tratamento em relação aos homens, assegurando-se as possibilidades de uma existência digna”, frisa Marina Sampaio, a auditora-fiscal do trabalho e coordenadora da Conaigualdade.

 
Exemplos

Um exemplo de respeito às mães, o Hospital Distrital de Itaporanga (HDI) Dr. José Gomes da Silva, PB, implantou, em janeiro, a primeira sala de apoio à Mulher Trabalhadora que amamenta. O local conta com poltronas, geladeira e pia de higienização, e mulheres atuam no estabelecimento fazendo a orientação sobre amamentação.

Shirleyanne Brasileiro, diretora geral da unidade, ressalta que a sala é destinada não apenas às funcionárias, mas também a qualquer trabalhadora do município e região que precisa de um local de apoio para amamentar. “Reconhecemos a importância do aleitamento materno e queremos oferecer um ambiente adequado para que as mães possam extrair e armazenar o leite durante o expediente. Também apoiamos os empregadores que amparam a mulher trabalhadora, garantindo o seu emprego e para que dê reorganização ao seu vínculo de trabalho e apoio à família”, completa.

A promoção de um ambiente saudável, que cumpra as Normas Regulamentadoras e, principalmente, seja incluso é de extrema importância não apenas como uma exigência legal, mas para preservar vidas e levar a pluralidade a todos os colaboradores, em especial à mulher trabalhadora, inclusive a que está à frente do setor de SST.

Fonte: https://revistacipa.com.br/melhores-condicoes-de-trabalho-e-pauta-principal-das-mulheres-trabalhadoras/